Diante disso, me chegam comentários, ora classificando a logística como ciência, ora como algo ainda mais profundo. Sem a intenção de colocar-me no sublime papel de educador ou mesmo contextualizar a logística, considero importante a absorção desses sentimentos e conhecimentos, os quais abordei também em “A logística em sua essência” para facilitar o cumprimento de tarefas e a fluidez de novas ideias. Compreender as diferenças entre suas características pessoais e as ações que elas refletem no mercado é o segredo para um “casamento” de sucesso. Muitas boas ideias nascem na arte e morrem na ciência.
Entendendo, resumidamente, a arte é uma expressão humana e a ciência é um sistema de conhecimentos lógicos. Se pudermos transformar esses dois substantivos em verbos vamos aproximar a arte (sentir, criar e fazer) da ciência (estudar, conhecer e evoluir).
Não há como negar que a arte precisa aflorar para dar consistência à ciência. Precisamos sentir, primeiramente. É aquele instinto, aquele planejamento… Afinal, somos preenchidos por sentimentos que, no mercado, algumas empresas sobrevivem deles enquanto outras desconhecem ou desprezam. No pessoal e no profissional, quando conduzidos da forma correta, são eles que nos movimentam, nos mantém motivados e nos são vitais à evolução.
A logística é holística. Ou seja, é própria do universo e sintetiza unidades em totalidades organizadas. Ela surge da simples necessidade de existir em nossas vidas. Dessa forma, podemos classificá-la como uma arte que complementa a ciência. Ela está entre as poucas profissões que necessitam extremamente dessa união.
Tenho visto muitos conceitos sobre logística e fico com dó dos alunos diante da necessidade de absorver quatro, cinco ou mais linhas sobre modelos que definem a logística. Em uma de minhas palestras, assumindo a necessidade de ser arte antes de ser ciência, defino a logística como “a arte de suprir com soluções todas as atividades de uma organização”. Simples e ao mesmo tempo complexa quando nos voltamos ao sentido de cada palavra. Experimente ver no “Aurélio” os significados de arte, suprir, solução, atividade e organização.
Com isso não venho afirmar que entrar no campo da logística é para um grupo seleto, pois na verdade, a necessidade já existe dentro de cada um e o desenvolvimento disso sim, lhe torna, com efeito, um privilegiado. Ou ultrapassar limites sem esquecer a ética, diminuir custos dentro de um cenário sem estrutura e apresentar soluções quando já era enxergado o fim, não é um privilégio?
Quando se percebe que a logística é uma necessidade do ser humano, não se consegue entender empresas que desprezam esse campo e perdem, e fecham, por não conseguirem enxergar que são a totalidade de um grande capital humano e, dessa forma, não valorizar e não desenvolver a arte da
logística na essência de seus processos é negar sua formação e desprezar sua razão maior.
Se enxergarmos a logística só como uma ciência ela não convencerá o planeta de que seus estudos apontam soluções para a diminuição de custos sustentavelmente. O mundo sabe e sente, há muito tempo, que a preservação do planeta está ligada a uma série de métodos e procedimentos de responsabilidade de todos e pouco vem sendo feito para estagnar essa situação. Enxergar a logística também como uma arte representa o impulso natural do ser humano para a real necessidade que nos às mudanças. A logística é o melhor instrumento para isso. Por isso precisamos de profissionais que a sinta como uma arte e a desenvolva como ciência.
Boas ideias logísticas para você.
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