Kaizen surgiu no
início da década de 50, no Japão, por necessidade e não por opção. As empresas
japonesas necessitavam crescer, porém não tinham dinheiro e tão pouco o governo
japonês podia emprestar. Não podemos esquecer que o Japão tinha perdido a II
Guerra mundial, seu país estava arruinado, as empresas japonesas tinham que ter
produtos com boa qualidade e com preço competitivo e, o pior, não tinham
máquinas sofisticadas ou automáticas, como tinham os Americanos. Os japoneses,
para poderem ser competitivos, tinham que ser mais criativos do que os demais
países na área da produção.
A teoria clássica de administração de
Taylor ajudou os japoneses a criarem o Kaizen. Em julho
de 1950, o governo japonês, em conjunto com a organização União Japonesa de
Cientistas e Engenheiros, JUSE Japanese Union of Scientists and
Engineers, convidou o Americano W. E. Deming para
fazer várias palestras, em 8 dias, sobre Controle Estatístico da
Qualidade. Para Willian Edwards Deming, (1900 a 1993), o objetivo do
administrador é otimizar o sistema como um todo. Deming sempre empregou a
harmonia, importância da constante pesquisa em projeto, produção e vendas, para
que a empresa possa atender as necessidades do mercado e do cliente com
produtos de melhor qualidade. “Quando o dinheiro é um fator crítico,
a inovação é cara. Kaizen, por outro lado, enfatiza os esforços humanos, moral,
comunicação, treinamento, trabalho em equipe, envolvimento e autodisciplina –
uma abordagem de baixo custo à melhoria”. Masaaki Imai (2007).
O método Kaizen é
muito mais do que um processo de melhoria contínua, é uma crença na qual a
criatividade das pessoas persegue as condições ideais de um processo, mesmo que
este objetivo nunca seja alcançado. Temos 5 elementos
fundamentais: a) trabalhar em equipe;
b) disciplina pessoal; c) constantes sugestões de melhorias; d) eliminação de
desperdícios; e)Kaizen deve tornar o trabalho mais fácil para as
pessoas.
Após muita disciplina e dedicação, as
empresas japonesas, no início da década de 70, começam a mostrar sua evolução
na produtividade, qualidade, eficiência, e vários estudiosos, empresários e
jornalistas começam a acompanhar esta evolução. Conforme Masaaki Imai (2005): “Eles
dedicaram muita atenção a algumas das práticas exclusivas de administração do
Japão, entre elas o sistema de emprego vitalício, os salários baseados no tempo
de serviço e os sindicatos nas empresas”.
Kaizen significa melhoria contínua, ou
seja, cada vez que se repete uma tarefa, esta tarefa deverá ser feita com
melhora de qualidade e com menor tempo do que a vez anterior, pois estamos
apreendendo com a repetibilidade do processo. No Japão, a palavra Kaizen significa: Kai =
mudar e zen = o melhor, e ela é empregada para várias
situações, não somente na empresa, mas também na escola, na sociedade e na vida
familiar.
A principal pessoa que divulgou a
filosofia Kaizen no ocidente foi o Professor Masaaki
Imai, fundador do Instituto Kaizen. Masaaki Imai nasceu no
Japão, em Tókio, em 1930, e em 1955 se formou na Universidade de Tokyo. Além de
ter escrito vários livros sobre o assunto, entre eles,Kaizen, the key to
Japan’s Competitive Sucess (podemos traduzir ao português como: Kaizen,
a chave do sucesso das companhias Japonesas), no início dos anos 50,
Masaaki Imai trabalhou nos Estados Unidos, no Japan Productivity Center, na
cidade de Washington, onde acompanhava delegações de japoneses que visitavam as
principais empresas americanas para aprender o segredo da produtividade
americana. Em 1986, fundou o Instituto Kaizen e, nesse mesmo
ano, publicou o livro Kaizen, the key to Japan’s Competitive success. O
sucesso dessa publicação foi tão grande que o livro foi traduzido para 14
idiomas.
Kaizen tem como
objetivo a melhoria contínua do processo; melhorando constantemente o processo,
a empresa terá menor custo e, como conseqüência, maior lucro. O desperdício,mudá
em japones, em todas as formas, é muito combatido pela filosofia Kaizen.
Kaizen não é uma
reengenharia, Kaizen significa melhorias contínuas, envolvendo
todas as pessoas da empresa, desde o presidente até o operário. A filosofia Kaizen afirma
que devemos fazer constantes melhorias, seja em nossa vida, no trabalho, na
sociedade e em nosso próprio lar.
Ele é um processo de origem japonesa,
com sistema incremental, ou seja, contínua e gradual. Tem como princípio que a
vida merece uma constante melhoria – portanto, na vida
em geral (pessoal, familiar, social e no trabalho). Podemos simplificar o
pensamento Kaizen como: “Hoje melhor do que ontem,
amanhã melhor do que hoje” (de autor desconhecido). Para Kaizen,é
sempre possível fazer melhor. Como conceito dentro de uma empresa, deveríamos
ter, no mínimo, uma melhoria implantada por dia. Os elementos-chaves para o
sistema Kaizeneficientes são:
- a) qualidade em tudo que se faz;
- b) esforço e dedicação;
- c) envolvimento de todos os funcionários da
empresa, desde o presidente até o operador de máquinas;
- d) vontade de mudar e de vencer;
- e) comprometimento.
Sucesso do sistema Kaizen
É parte da estratégia do Kaizen que
nenhum dia deve passar sem algum tipo de melhoria ter sido implantada dentro da
empresa. O melhor sistema do mundo só trará resultado se as pessoas que estão
envolvidas tiverem interesse em que o mesmo tenha êxito. O envolvimento total,
desde a diretoria até o operador de máquina, é fundamental para o êxito do Kaizen.
Além do envolvimento total de todos os níveis da empresa, é necessário o
comprometimento de todos para com o processo, com as metas e com os resultados.
Toda empresa busca aumento da lucratividade e aumento da participação em seu
mercado, Marketing Share, e para isso ela deve ter
missão, visão e objetivos, bem como prover aos funcionários um trabalho e uma
convivência de forma equilibrada e prazerosa. Isso porque trabalhando e vivendo
de forma equilibrada e satisfatória, é possível aumentar a produtividade e
melhorar a qualidade.
Clima agradável de trabalhar é
necessário que todos os funcionários tenham bom relacionamento e harmonia entre
eles; não é admissível a diferença entre funcionários. De acordo com o artigo
publicado em 15 de Agosto de 2006, pelo Dr. Koiti Egushi, denominado, “Os 5S da
administração Japonesa”, comenta-se com grande propriedade sobre a filosofia
japonesa da harmonia: “Desde a remota era dos primeiros samurais em torno dos
anos 700, conforme relata Ferri de Barros, os japoneses, pela forte
influência da cultura Chinesa e principalmente, Lao Tse e Confúcio, promovem o
espírito, WA, a harmonia. Harmonia em tudo. Harmonia entre os desiguais,
harmonia entre os contrários. Harmonia entre o bem e o mal. Harmonia entre o a
alegria e a tristeza. Harmonia entre o bem-aventurado e o desgraçado.
Sobretudo entre pessoas”.
Partindo do objetivo de que dentro da
empresa devemos ter no mínimo uma melhoria implantada por dia, podemos afirmar
que esta metodologia traz resultados qualitativamente e quantitativamente, com
custo baixo e em prazo de tempo curto, tendo como consequência a melhoria da
qualidade do serviço ou produto e o aumento da lucratividade da empresa.
1 Comentários
Muito bom, no Brasil o grande desafio é criar uma cultura em que as pessoas busquem investir em si mesmas e no coletivo, deixando a falta de vontade de melhorar seu dia-a-dia porque é de responsabilidade do governo.
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