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É normal comprar uma camisa por 10 dolares?

Uma amiga me perguntou: é normal comprar uma camisa por 10 dólares?
Realmente não é. Tem alguma coisa muito errada para uma marca de roupa conseguir vender por tão pouco. Minha amiga sugeriu assistir o documentário True Cost (assista se você ainda não viu) e eu assisti no mesmo dia que o presidente da Zara foi considerado o homem mais rico do mundo (mesmo que por alguns minutos).

Mil pensamentos ficaram martelando na minha cabeça depois que eu vi esse documentário. Sim, tem alguma coisa extremamente errada acontecendo, e isso ultrapassa a cadeia do mercado têxtil.
Os países mais miseráveis do mundo, aceitam os termos das grandes marcas de fast fashion que instalam as suas fábricas por lá e literalmente exploram a população.
Para esses países é isso ou nada. Para as grandes empresas, o discurso é de geração de emprego. Agora para a população é escravidão. Milhares de pessoas trabalham mais de quatorze horas por dia em condições sub-humanas e ganham 3 dólares por dia.
E para nós (eu e você) consumidores, é uma camisa de 10 dólares.

Muitas pessoas (vou me incluir nessa) tem o guarda roupa lotado, com peças que não foram usadas há meses. E mesmo assim aquela sensação: não tenho roupa. Para minimizar esse sentimento dolorido da nossa mentalidade consumista, nada como uma roupinha nova. Afinal, hoje da para comprar uma camisa baratíssima, praticamente descartável. Se usar uma vez, não tem problema. Foi barato mesmo. Agora, multiplicando essa ação por todas as vezes que esse sentimento de carência fashion atingiu os consumidores da para perceber o quando somos feitos de trouxa. Quantas roupas baratíssimas você comprou no último ano?

Vivemos com uma miopia, mas nós nos fazemos de cegos. Até porque a cegueira é uma forma de minimizar o fato que nós (eu e você) participamos desse sistema escravocrata.

E sinceramente, chegamos num ponto tão fundo desse poço que só fazer a minha parte não mexe minimamente a agulha. Centenas de organizações e ativistas já tentaram fortemente brigar por essa causa com governo americano, mas é claro que o governo também faz parte desse sistema. Essas empresas estimulam o consumo frenético, que é o principal combustível para uma economia girar.

E ai? Qual a solução?

Eu não sei, mas tem três coisas que eu posso fazer. A primeira, claramente, é pesquisar muito as marcas antes de comprar qualquer coisa. A segunda é me livrar desse sentimento de carência fashion e ter um consumo consciente.
A terceira é um apelo: Se governos não fazem nada por essa situação, tem uma parte dessa cadeia que ainda pode fazer.

Da porta para rua as marcas fast fashion escolheram ignorar o que acontece. Mas da porta para dentro querem tudo de bom e melhor. Os melhores talentos e os melhores fornecedores.
Essas marcas dependem de sistemas de tecnologia para funcionar com eficiência e produtividade. Muitos desses fornecedores são grandes e poderosas empresas de tecnologia.
Será que não é hora dos gigantes da tecnologia escolherem se querem fornecer para empresas assim? Será que não é hora de abrirem mão dos seus contratos milionários, pensando nas pessoas exploradas pelos seus clientes?

As empresas fast fashion colocam os seus termos e pisam de salto alto em muita gente. Ta na hora de alguém mais poderoso impor novos termos nessa passarela e mudar essa moda.

Por:  Oshry Vidal
https://www.linkedin.com/pulse/quem-ganha-e-perde-com-crise-adriano-b-araujo

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