O que o novo Papa Francisco tem a nos ensinar sobre liderança? Muito! A escolha de um pontífice da escola franciscana demonstra que a igreja católica sinalizou que precisa de mudanças. E mudanças urgentes!
Roberto Stuckert Filho / Presidência da República
O Papa Francisco é o ponto de mutação de
uma igreja desgastada por escândalos sexuais, improbidade
administrativa, perda de fieis (principalmente no Brasil), ostentação
enquanto parte do mundo sofre com a miséria e outras coisas mais.
Ultimamente
tivemos o Papa pop (carismático), o Papa centralizador e agora chegamos
à era do Papa do povo (ao menos é o que parece). Simpático, acessível,
modesto, humilde, conciliador e algumas outras características que
estamos descobrindo a medida que vai tomando ações tão esperadas há anos
pelos católicos do mundo.
O fato é que o Papa Francisco tem habilidades necessárias a um grande líder.
Seu sorriso largo e franco é importante para atrair a simpatia de seus
seguidores. Em uma equipe o verdadeiro líder é aquele que consegue
manter o bom humor e a simpatia mesmo em situações mais críticas. Isso
não quer dizer que é preciso parecer bobo e rir de tudo e à toa. Aquele
que mantém um semblante carrancudo, mais parecendo estar de mal com a
vida, afasta as pessoas. Nem adianta dizer que está aberto ao diálogo
porque ninguém irá se sentir a vontade com uma pessoa sisuda e de “cara
fechada”. Certamente que não se muda isso do dia para a noite, mas é
fundamental observar a si próprio para provocar as mudanças desejadas.
Outra característica importante de liderança que o Papa Francisco demonstra é a humildade.
Alguns exemplos: ele mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira.
Aliás, algo mais apropriado para o discípulo de um carpinteiro.
Aproxima-se dos fieis sem receio, beijando doentes e pobres sem medo ou
nojo. Não aceitou a estola vermelha bordada a ouro ou a capa vermelha,
utiliza suas vestes mais simples e brancas (símbolo internacional da
paz). Uma grande prova de humildade é usar os mesmos sapatos pretos
velhos e dispensar o luxuoso carro papal, utilizando um modelo mais
simples. Também rejeitou o anel de ouro maciço, utilizando um que é
apenas banhado a ouro, de valor menor, simbolizando um gesto de
desapego às riquezas. Por fim, usa sob a batina as mesmas calças pretas,
para lembrar-se de que é apenas um sacerdote.
Quantas
lições podemos retirar destes atos de humildade e simplicidade? Um líder
que se desapega do restaurante gerencial para vez em quando almoçar com
sua equipe pode ser um exemplo. Outro é o gestor que leva um
funcionário, devidamente preparado, a uma reunião para conduzir a
apresentação de um projeto importante da área. O gerente que elogia um
funcionário em público ou para sua chefia devido a um desempenho ou
resultado superior. Na verdade toda forma de reconhecimento justo é uma
maneira de demonstrar humildade. Todos querem ser reconhecidos por seus
méritos, por suas realizações. Quando o líder faz isso acaba criando um
sentimento de justiça e reforça o comprometimento da equipe.
O
Papa Francisco tem tudo para se tornar um líder religioso e mundial
positivamente inesquecível. Sua popularidade é reforçada pelas atitudes
simples e na ênfase nas relações humanas.
Ao se aproximar das pessoas e mostrar-se acessível conquista seus
discípulos. Com o gestor em uma organização a estratégia não pode ser
diferente. Aquele que se aproxima de seus funcionários, sem sufocar,
cria confiança. Aquele que ouve seus subordinados, sem retaliação, cria
respeito. Aquele que se coloca disponível para a equipe, com simpatia e
humildade, cria relacionamentos sólidos gerando comprometimento e
resultados.
Vamos aguardar quais novas lições o Papa
Francisco ainda poderá nos presentear. Certamente teremos muito o que
aprender com suas atitudes, filosofia e estilo de vida. Agora realmente
podemos afirmar:“Habemus Papam!”.
5 Comentários
Boa análise, mas temos que lembrar que as características dele são parte da sua personalidade e, por isso, são transmitidas com verdade. Segundo Machiavelli, um líder pode ser construído, mas nunca forjado. No caso do Papa Francisco, a liderança parece algo bem natural.
ResponderExcluirConcordo plenamente!
ExcluirNada como o exemplo para nos emocionar tanto!
ResponderExcluirMuito carisma, sabedoria, e humildade parabéns ao Papa, porém devemos ler a bíblia, não devemos adorá-lo ou achar que um toque salva.
ResponderExcluirJoão 14: 5 Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
1 Timoteo 2:5 Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.
Atos 4:12 E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
13 Então eles, vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, maravilharam-se e reconheceram que eles haviam estado com Jesus.
João 14:6 6 Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
Aqui está sendo enfatizado apenas a forma de liderança do Papa. Não levemos para o lado religioso pois em momento algum nem o Papa clamou por adoração e nem o povo o adora. É muito desgastante esse conceito arcaico que os Católicos adoram imagens, santos. O que temos são referências de pessoas que verdadeiramente seguem pelo caminho do Senhor. Admiração é bem diferente de adoração. Temos mesmo o Papa Francisco como Líder assim como tínhamos João Paulo II pela conduta, modo de vida, postura. Atentemos apenas a forma de liderança usada e não a religião que ele pertence já que causa incômodo e tira o foco do assunto.
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