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Leia o artigo do Prof. Ronaldo Fávero: "O que se pode fazer com uma Espinha de Peixe?"


O que se pode fazer com uma Espinha de Peixe?

Introdução

Apesar da técnica Espinha de Peixe ter sido criada há tempos atrás, pouca gente sabe aplicá-la bem.
Seu idealizador foi Kaoru Ishikawa, cujo método de identificar a causa dos defeitos na produção é utilizado para investigar os diversos M como causas potenciais de um problema:
(M)aterial = os insumos produtivos;
(M)áquina = o equipamento produtivo;
(M)étodo = o processo produtivo;
(M)ão-de-obra= o operador da máquina;
(M)edição = o método de controle;
(M)eio-ambiente = a influência do meio-ambiente (laboral) na produção;
(M)oney = recursos financeiros.
O que se busca com o uso da técnica são as relações de causa x efeito.
O que um número ainda menor de pessoas sabe é que esta ferramenta pode ser utilizada para o planejamento de um processo ou para a análise de um efeito positivo.

Situações inesperadas e/ou indesejadas

As empresas e as pessoas se deparam, no dia-a-dia com situações indesejadas e/ou inesperadas. Estes eventos são chamados, frequentemente, de problemas. A reação a estas ocorrências varia, e muito, entre diferentes pessoas e empresas.
Quanto mais próximo do culpado, mais longe da solução.
Gostaria que esta frase fosse de minha autoria, mas não é. Ela exemplifica uma das reações possíveis aos problemas : procurar culpados. Esta abordagem consome muita energia e, normalmente, não dá bons resultados na solução dos problemas, nem nas questões de relacionamento entre os membros da equipe.
Pode-se, ainda, culpar o destino, a concorrência, o Governo, as forças da natureza, etc. ou tomar as rédeas da situação e partir para a investigação das possíveis causas que motivaram a situação indesejada.

Causas raízes

Note que a palavra causa foi escrita no plural, pois em praticamente 100% dos casos de eventos indesejados e/ou inesperados, atuam mais que um fator. Esta é uma das explicações possíveis da reincidência de um problema, quando se considera somente uma causa.
Outra questão relevante são as causas raízes. É fácil entender o porquê deste nome : não se deve ficar somente na análise superficial - deve-se ir a fundo.

5 por quês?

Para se investigar as causas raízes pode-se utilizar outra ferramenta conjugada ao diagrama espinha de peixe : os 5 por quês ? .
Diz a teoria que, ao responder o quarto ou o quinto por quê?, chega-se à raiz (de cada uma das causas).

Abordagem multidisciplinar e Gemba

O discurso parece antigo, mas não é :
1) Deve-se utilizar uma equipe multidisciplinar para a solução de problemas
2) Deve-se ir ao Gemba (palavra japonesa que significa lugar onde as coisas acontecem)
Se parece antigo, por que tanta gente insiste em tentar usar sozinha a técnica e longe de onde as coisas acontecem? (exemplo, no escritório, ao invés de na Produção).
Uma Montadora de veículos apresentou, aos quase 500 fornecedores da época, na década de 90 (isto mesmo, no século XX, lembra?), uma técnica chamada CEDAC (em português, Diagrama Causa Efeito com Adição de Cartões). A técnica era simples : um quadro grande, com um diagrama espinha de peixe desenhado e com o efeito (problema) descrito. Cartões autocolantes eram disponibilizados, para que qualquer Colaborador pudesse participar, escrevendo uma ou mais causas possíveis e afixando o cartão no M correspondente. A vantagem era que uma idéia de um colega inspirava a idéia dos outros. Não haviam idéias proibidas. Um coordenador do CEDAC, então, transcrevia as informações para um formulário estruturado.
Sou fã deste tipo de técnica.

Exemplo prático 1


Imagine que você tenha feito uma compra pela Web e que, ao receber o produto em casa, descobre que lhe foi entregue o produto errado. Ao reclamar/notificar a empresa, a mesma, internamente, inicia uma investigação do que ocorreu, utilizando as técnicas citadas anteriormente.



Método


Mão-de-obra



Meio-ambiente



Gerenciamento (Management)



Plano de ação

À partir da identificação das possíveis causas raízes, deve-se elaborar um plano de ação, com a definição de responsáveis, prazos e ações, para eliminar estas causas.

Resultados desejados/planejados

O que pode causar surpresa para muitos dos nossos leitores é a possibilidade de utilização do diagrama espinha de peixe no planejamento da obtenção de um bom resultado, por exemplo, o alcance de uma meta.

Exemplo prático 2

Pretende-se aumentar a disponibilidade de uma máquina ou de um equipamento de 65% para 70%. Vamos assumir que a disponibilidade é: (tempo em uso/tempo total)*100.
Exemplo 2



Para cada causa potencial, deve-se estabelecer ações detalhadas, prazos e responsáveis.

Conclusão

Para finalizar :
O conhecimento por si só de nada vale. É a sua aplicação para fins práticos que lhe dá a sua valia.
Outra frase que não criei. Esta está na Bíblia.
Quem não conhecia estas técnicas/ferramentas, agora conhece. Quem não lembrava, agora foi reapresentado para as mesmas. Quem achava que era difícil ou complicada a aplicação, deve ter mudado de idéia.
Então, o recado é claro : mãos à obra, quando ocorrer um problema que precisa ser resolvido ou quando se quiser atingir um resultado positivo .
Utilizem estas poderosas ferramentas.
Até mais !

Ronaldo de Fávero
Cursando MBA em Gestão de RH - INPG São Paulo
- Consultor em Gestão Empresarial desde 1992
- Atuação em Sistemas de Gestão Integrada, Governança Corporativa e Gerenciamento Interino
- Pós-graduado em Qualidade, Especialista em Meio-ambiente e Graduado em Matemática
- Pós-graduando em Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
- Ex- Professor de pós-graduação da FEI - Faculdade de Engenharia Industrial

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